Biblioteca

Uma noite gélida e sombria. O ódio me consumira ao ponto de matar qualquer um, que encontrasse em meu caminho, até mesmo a pessoa que já amei um dia. Havia acabado de sair do cemitério, lembranças atormentavam-me de tal forma, que mal conseguia respirar. Minha cabeça começava a doer, conseguia ouvir gritos em qualquer lugar que fosse, e isso me deixava atormentada. Ao se passar alguns minutos, voltei para Hogwarts. Então logo adentrei ao dormitório, e joguei minha bolsa sobre a cama. A cada segundo que passava, meu sangue fervia, uma força fora do comum me consumira naquele instante. Joguei-me sobre a cama, peguei uma tesoura, e fiquei furando o travesseiro com a mesma, tentando descontar o que estava sentindo, mas, isso não adiantou. Levantei-me e peguei minha bolsa, estalei meus dedos e me retirei do dormitório. Estava confusa, chateada, com muita raiva, não sabia o que fazer ou aonde ir. Só uma coisa tinha em mente, e era matar...
A vontade de jorrar sangue por todos os cantos, nunca foi tanta, como naquela noite. Tinha perdido algo muito importante, que por confiar em um mero mortal, acabei perdendo, e se algo acontecesse além de ter perdido essa tal coisa, acontecesse, estava disposta a ir até o inferno para acabar com o ignóbil. Adentrei a biblioteca, e joguei os livros que estavam sobre uma mesa no chão. Vi um Sonserino, e um grifino dentro da mesma. Os encarei e depois peguei os livros, e os coloquei sobre a mesa novamente. A raiva não passava, era como se o mundo estivesse desmoronando em minha cabeça, já não conseguia saber de mais nada, só queria saber quem era meu pai. E porque o maldito do Alexander tinha contado meu segredo para uma idiota qualquer. Como um sonserino abre a boca para um ignóbil feito ela, ele nunca deveria ter feito isso, pois agora a hora da morte de Alexander se aproximava, fazia questão de matá-lo com minhas próprias mãos. Aquele indigno, idiota, egotista, nojento, só não podia o chamar de sangue ruim, pois era meu primo. Ah, como queria matá-lo!
Logo peguei um livro de mitologia nórdica, e me sentei em uma cadeira. Os garotos continuavam dentro da biblioteca, para o meu azar. Queria ficar sozinha, porque caso meu estresse aumentasse, não iria tentar machucar ninguém, mas se machucasse também não faria diferença. Os minutos iam se passando, e meu ódio aumentando. Fechava meus olhos por alguns minutos e ficava a meditar, tentando me acalmar, ou achar alguma forma para conter o ódio que estava sentindo.
-Lillith...Lillith...acalme-se...lembre-se de apenas matar quando sair de Hogwarts... — Falei comigo mesma e suspirei.
De repente, ouço um barulho, e abro meus olhos. Era Hades que estava a rastejar pelo chão da biblioteca. Estendi minha perna, para que o mesmo subisse. Logo Hades se enroscou em meu pescoço, e então sorri.
-Pelo menos você está aqui...meu amorzinho.
Ficava mais calma, com um de meus bichinhos de estimação comigo. Isso era confortante. Acariciei a serpente e fiquei esfoliando as páginas do livro. Ficava curiosa para saber o que aquele individuo estava fazendo parado no meio da biblioteca. Era um tanto...engraçado. E, até que o grifino era bonito. Soltei uma breve gargalhada e depois voltei a ler.
-Morpheu...
Olhei para Hades e esbocei um grande sorriso em meus lábios.
-Acho que o nome do meu dragão vai ser Morpheu ou Belias.
A serpente continuava na mesma posição e se aconchegava em meu pescoço. Mais alguns minutos se passaram, então me pus de pé, guardei o livro que havia pego, e me retirei da biblioteca.